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O Paraná foi atingido por um grande meteorito no passado

 

Uma cratera, de quase 10 quilômetros de diâmetro, formada pelo impacto de um meteoro, há cerca de  120 milhões de anos, só foi identificada há poucos anos no Paraná.

Os pesquisadores do Instituto de Geociências da Unicamp – Universidade Estadual de Campinas, localizaram a  cratera de Vista Alegre com a ajuda de imagens de satélite.

Com a passagem do tempo, a erosão e a mata, o local da queda hoje é mais difícil de identificar.    

Veja o vídeo produzido pela TV Band Paraná com apoio deste portal.

 

 

A cratera se estende por uma área circular no bairro rural de Vista Alegre, município de Coronel Vivida, no sudoeste paranaense. A topografia do local é muito diferente do resto da região. E o fundo plano favoreceu a agricultura. Hoje, dentro da cratera, há plantações e um bairro rural.

A formação em Vista Alegre é a quinta descoberta no Brasil. As outras são as do Domo do Araguainha, com 40 quilômetros de diâmetro, entre Mato Grosso e Goiás; Riachão (MA), com 4,5 quilômetros; Domo do Vargeão (SC) e Serra da Cangalha (TO), as duas com 12 quilômetros.

 

Pedreira antiga dentro da cratera

 

 

O local atualmente

 

 

Estudo sobre a cratera divulgado pela Mineropar:

 

O bairro de Vista Alegre, no município de Coronel Vivida, está localizado no interior de uma depressão circular que representa o remanescente de uma cratera de impacto formada há milhões de anos. A ação da erosão ao longo do tempo geológico resultou nas formas de relevo que representam atualmente a cratera. Quando vista em imagens obtidas por satélites, a topografia da região indica uma depressão nitidamente circular, com um diâmetro aproximado de 9,5 quilômetros, circundada por serras. Essas serras correspondem às bordas da cratera, sendo que o desnível topográfico entre essa borda e as partes internas da cratera, que representam o seu assoalho, é superior a 100 metros.

Como e quando ocorreu este impacto?

A idade precisa em que ocorreu o impacto que formou a cratera de Vista Alegre ainda não foi determinada. Sabe-se contudo que, quando o corpo celeste se chocou contra a Terra, as rochas que existiam na superfície desta região eram os basaltos do período Cretáceo, pertencentes à unidade geológica denominada Formação Serra Geral. Estas são rochas vulcânicas de cor cinza escura, popularmente conhecidas como “pedraferro”, originadas quando o continente sul-americano iniciava o processo de separação do continente africano. Pode-se deduzir então que o impacto foi posterior à consolidação destas lavas, cujas idades são em torno de 128 milhões de anos.

Que modificações o impacto causou?

Em geral, asteróides viajam no espaço a velocidades muito elevadas, entre 4.000 a 26.000 km/h. Por esse motivo, a energia liberada em decorrência de um impacto é igualmente muito alta. Estima-se que, para formar a cratera de Vista Alegre, a energia liberada pelo impacto tenha sido equivalente a mais de 250 mil bombas iguais à que destruiu a cidade de Hiroshima. As rochas basálticas existentes neste local foram profundamente deformadas em decorrência da liberação de toda essa energia. Outro efeito foi a elevação do fundo da cratera escavada pelo impacto, de modo semelhante ao que ocorre imediatamente após à queda de uma pedra sobre a água. Em Vista Alegre esse fenômeno provocou a ascensão de camadas dos arenitos da Formação Botucatu, situados a várias centenas de metros de profundidade. Fragmentos desses arenitos, de cor esbranquiçada, podem ser ocasionalmente encontrados em alguns locais dentro da cratera.

O que aconteceu com as rochas que existiam no local?

Tanto as rochas que existiam no local do impacto, como também o corpo celeste que provocou a colisão, foram profundamente transformados em decorrência do impacto. Eles foram instantaneamente fragmentados, pulverizados e fundidos, formando uma nuvem de detritos que foi arremessada para o alto. A maior parte da nuvem de detritos se espalhou por uma grande região em torno da cratera e uma parte menor se depositou em seu fundo. Esses depósitos formaram um novo tipo de rocha chamada de “brecha de impacto”, constituída por fragmentos e poeira das rochas que existiam no local (basaltos e arenitos), muitas vezes deformados e fundidos. Uma parte dessas brechas foi preservada da erosão e pode ser vista até os dias atuais, como na pequena pedreira localizada próxima à entrada do bairro de Vista Alegre. São estas brechas as principais fontes de informação que permitiram aos geólogos determinar a origem da cratera de Vista Alegre e estudar como ela se formou.

Até hoje, 172 crateras foram descobertas em toda a Terra. No Brasil há apenas 5 crateras conhecidas. A cratera de Vista Alegre foi descoberta em 2004 por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), juntando-se às crateras do Domo de Araguainha (MT/GO), Riachão (MA), Serra da Cangalha (TO) e Domo de Vargeão (SC). Esta última localiza-se a apenas 100 km de Vista Alegre, sugerindo a possibilidade de serem “crateras gêmeas”. Crateras deste tipo se formam quando um mesmo asteroide ou cometa se rompe em dois corpos menores ao entrar na atmosfera da Terra.

 

 

Cratera de Vista Alegre na imagem do Google Maps.

 

 

 

 

 

 

 

 

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